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domingo, 14 de abril de 2013

A Barata e as Formigas


Ela estava ali, como no livro do Kafka (Metamorfose) de cabeça para baixo, cercada de formigas. Parecia morta, e as formigas, como sempre, estavam carregando o cadáver para o formigueiro.
Mas imaginem, as formigas são pequenas e ela não era das menores. Havia um exército delas para fazer esse trabalho.

Abrindo um parênteses eu, particularmente, acho as formigas muito cruéis. O mundo vai acabar em formigas, não em baratas. Formigas comem baratas. São organizadas, mega inteligentes enquanto as baratas, coitadas, são uns gigantes idiotas perto delas.

A coitada da barata, não faz nada. Só é feia e anda nos esgotos. Aí que nojo! Mas formigas, além de "picar" todo mundo, comem baratas e nós comemos formigas, porque elas invadem nossa vida de um jeito, que é impossível se livrar delas. Estão no nosso açúcar, no suco que ficou 5 minutos no seu criado mudo, no café, no bolo, na pizza ou em qualquer coisa comestível que essas minúsculas criaturas encontrarem. Sempre em bando. Covardes e, agora eu sei, assassinas cruéis. Portanto, lembrem-se, nós comemos baratas por tabela.

Sem falar nas plantas que elas também detonam. Aliás, pra que servem mesmo as formigas? Para carregar cadáveres de outros animais e alimentar suas amigas que vão dominar o mundo?

Voltando à cena da barata. Enquanto eu observava aquele trabalhão todo, vi a barata mexer uma patinha, pensei, estou vendo coisas. Olhei de novo e ela mexeu as duas patinhas, num gesto de "me salve pelo amor de Deus". Ela estava viva e sendo comida pelas formigas. Fiquei tentada em salva-la, mas ela já estava meio comida, não teria uma sobrevida muito longa. E afinal as formiguinhas queridas precisam de alimento para dominar o mundo.

Elas levam em torno de doze horas para desaparecer com a barata. Viva ou morta. Se uma formiga fosse do nosso tamanho, seria um monstro terrível capaz de carregar um telhado de uma casa, cada uma, imaginem aos montes. Formigueiros seriam maiores que as pirâmides (que vai saber se não foram construídas por elas, numa mutação da antigüidade onde morreram todas numa era glacial). Pois se tem uma coisa que elas não gostam é frio. Comprove isso colocando um doce cheio de formigas na geladeira. Sumirão todas, menos aquelas que ficaram grudadas, dependendo do doce. Que a gente acaba comendo assim mesmo.

A lenda da cigarra e da formiga tem fundamento, elas realmente caçam e colhem no calor e somem no frio. Não porque não tenha mais alimento. Mas por conforto puro, de ficar no formigueiro quentinho, cheio de comida. Fica tão bom lá que elas esquecem de nós, humanos produtores de alimentos para elas e das pobres baratas que devem fazer uma festa no inverno sem essas predadoras por perto.

Aceitem, vivemos sobre um formigueiro gigante, se elas resolvessem sair todas ao mesmo tempo estaríamos perdidos. 

Nossa sorte, passageira, é que elas ainda são relativamente pequenas. E minha sorte é que não vou viver para ver o mundo das formigas. Que planeta dos macacos que nada, será um planeta das formigas! 

E as baratas? Essas, pobres coitadas, vão continuar pagando o pato. Sendo odiadas, massacradas, esmagadas num baraticídio mundial, só porque são feias e andam pelos esgotos. Mas comer formiga, "faz bem para a vista", como dizia minha avó.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cavalheiro Imaginário

O tempo passa rápido demais, tenho medo de esquecer...
Dele colocando o chinelo embaixo dos meus pés, enquanto eu tomava sol de bruços
De eu sentada no meio das suas pernas, na mureta da varanda, sob a lua, cantando
Da rosa de pano que não morre nunca, da "chegada triunfal" a qualquer lugar que fôssemos
Dos jogos de Ping Pong e baralho que a gente adorava
Do amor do "mesmo tamanho" , do quero entrar dentro de vc, do vc está aí?
Das festas, casamentos, churrascos, hotéis, shows, bares e todos os lugares onde éramos insuportáveis, insuperáveis!
De dançar em casa, antes do amor, de sair só para dançar
Da japonesa e da vizinha adolescente tarada
Da construção de uma prateleira em uma tarde
Do "deixa eu segurar com a outra mão, senão vc escapa"
Do barulho do molho de chaves quando ele subia as escadas
Da pontualidade e perspicácia admiráveis
Que transamos no primeiro dia e não nos desgrudamos mais
Daquele tique nervoso, Das idas ao dentista
Do remédio de meia em meia hora, a noite toda que ele me ajudou a dar
Das crises de asma, da natação, do hokey
Do meu e do seu quarto, dos nossos planos
Do prazer dele em lavar meus cabelos, dos banhos e banheiros
Do colo dos abraços, dos beijos
Do fato de que não podíamos ficar a menos de um metro, sem tocar um no outro
Das conversas sobre sexo sem pudor, era nosso assunto favorito
Dos elogios que me fazia, tudo era perfeito demais
Dava medo, mas estávamos entregues, amando e sendo amados
Nunca fui tão amada e nunca amei tanto
Nem antes, nem depois, nem nunca
Corpo, pele, beijo e pegada com aquele caráter, só ele
Para ele são todos os meus brindes, minha saudade eterna,
meus sonhos acordados, minhas homenagens..., minha insônia
Anos e anos já se passaram
Não teve dia que eu não lembrasse
Não tem dia que eu não lembre
Não tem noite que eu não te invoque
Meu "cavalheiro imaginário"


segunda-feira, 11 de junho de 2012

A anjo de Ana Cap. 3 A Estadia





Foram apenas 10 dias, mas eles aproveitaram cada momento, transaram muito, riram muito. Ana o ensinou a jogar baralho, ele ficou "meio" viciado, não gostava de perder para ela...


Voltaram da praia, ele foi conhecer a loja dela e quem diria... 
O cara organizou todo o cash flow dela, criou planilhas, ela nem acreditava que aquele anjo, além de todo carinho, sexo e beleza, se interessou pela vida dela, queria ajudar. 
Isso porque ele estava aqui a passeio...


Foram num Motel, ele nunca tinha ido num lugar exclusivo para transar, disse que no país dele não existia isso. Entrou de meias na hidromassagem, ficou fuçando nos botões e ligou a água encharcando suas meias. Tudo era divertido, tudo era leve, tudo era perfeito.


Os 2 sabiam que aquilo era um romance passageiro, ele estava estabilizado em seu país e ela acabara de abrir um negócio, nenhum dos 2 poderia deixar seu lugar para ficar com o outro. 


Mas naqueles dias eles nem pensavam nisso. Era tanta felicidade, tanto carinho e porque não dizer amor. Era amor. Eles estavam se amando, não importava por quanto tempo.


A vida deles nesses dias era um ficar grudado no outro. Dormiam juntos, trabalhavam juntos, transavam todos os dias, jogavam baralho, conversavam e riam muito. Não pensavam na partida, na despedida, não pensavam em nada!


Mas o dia de ele ir embora chegou... ela foi deixa-lo no aeroporto e sem dramas, sem lágrimas, só com um abraço até o pé. Ele se foi.


Ana tentou chorar durante o caminho de volta, tentou sofrer naquele momento mas não conseguiu. Estava feliz, com a alma lavada, havia conhecido uma pessoa master especial, enviada só para ela, na hora mais que certa.


Voltou cantando para casa, como nos últimos 10 dias, 
Ana esqueceu que desta vez, neste dia, ele não estaria mais lá.





A Mulher e o Lobo







"Uma mulher saudável é muito parecida com um lobo, grande

força de vida, doação de vida, ciente de seu território, intuitiva e


leal. Porém, a separação de sua natureza selvagem faz com que


uma mulher torne-se escassa, ansiosa, e temerosa.


A natureza selvagem contém a medicina para todas as coisas.


Ela transporta estórias, sonhos, palavras e canções. El  carrega


 tudo que uma mulher precisa ser e saber. Ela é a essência da 


alma feminina...




Com a natureza selvagem como aliada e professora, nós não 


vemos apenas com através de nossos olhos, mas através dos


muitos olhos da intuição. Com a intuição nós somos como uma 


noite estrelada, nós observamos o mundo através de milhares 


de olhos.






Isto não significa perder as socializações básicas de uma 


pessoa. Isto significa totalmente o oposto. A natureza selvagem


 tem uma integridade vasta com ela. Significa etabelecer 


território, encontrar o grupo de uma pessoa, estar em um corpo 


com certeza e orgulho, falar e agir a favor de si mesma, estar 


consciente, extrair os poderes naturais da intuição feminina e 


elevar-se com dignidade, proceder como um ser poderoso que 


é amistoso, mas nunca domesticado.






A mulher selvagem é aquela que troveja na face da injustiça. Ela 


é aquela pela qual nós abandonamos o lar para procurar e 


aquela pela qual nós retornamos ao lar. Ela é intuição, consegue 


ver longe, ouvir profundo, e ela tem um coração leal.






Ela deve vagar pelas antigas sendas, defender seu 


conhecimento instintivo, orgulhosamente ostentar as cicatrizes 


de batalha de sua época, escrever seus segredos em paredes,


recusar ser envergonhada, liderar o caminho, ser astuta e usar


sua perspicácia feminina.




Onde podemos encontrá-la? Ela caminha nos desertos, 


cidades, florestas, oceanos, e na montanha da solidão. 


Ela mora nas mulheres em todos os lugares: em castelos com 


rainhas, nos escritórios e nos ônibus noturnos para os 


subúrbios.






Ela mora em um local distante que abre caminho através de 


nosso mundo. Ela mora no passado e é convocada por nós. 


Ela está no presente. Ela está no futuro e caminha de volta no 


tempo para nos encontrar agora.






Mulher selvagem sussurra as palavras e os caminhos para nós, 


e nós a seguimos. Ela corre à nossa frente, mas para e espera 


para ver se nós a estamos alcançando. Ela tem muitas coisas 


para nos mostrar.






Quer você possua um coração simples ou ambicioso, quer você 


esteja tentando alcançar o grande sucesso ou apenas atingir o 


dia de amanhã, a natureza selvagem pertence a você.


Não seja uma tola. Volte e fique sob aquela flor vermelha e 


caminhe, direto em frente para superar a última milha mais 


difícil. Escale até a caverna, rasteje através da janela de um 


sonho, examine o deserto e veja o que você encontra. É o único 


trabalho que temos que fazer.






Sem nós, a mulher selvagem morre. Sem a mulher selvagem, 


nós morremos. Para a verdadeira vida, ambos devemos viver.


O instinto maternal em cada um de nós é a Medicina do Lobo. 


Pois o Lobo é uma progenitora, e um progenitor. De forma 


simplificada, isto significa que o lobo detém a energia paternal e 


maternal em sua vibração. Esta é a verdadeira Medicina do 


Lobo. A Medicina do Lobo com a qual uma mulher caminha, que 


ela chama de intuição, é o Lobo amigo dela. No antigo caminho, 


o lobo amigo era conhecido por vir ao vilarejo proteger as 


crianças.






Esta energia do lobo amigo vem do sobrenatural. É a parte 


sobrenatural da mulher que sabe como alterar seu amor, sua 


intenção, e suas habilidades de criação para a forma do Lobo. 


Assim, ela vem ao vilarejo na forma de uma Loba, para proteger 


as crianças e os mais velhos carentes.




The Soul of the Indian


Dr Charles Alexander Eastman, 1911


born Ohiyesa of the Santee Sioux, in 1858 —


Fonte: 


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um dia vc vai lembrar





Um dia vc vai lembrar
De todas as risadas sinceras
Da sua procura incansável
Do nosso encontro
Do tombo no mar
Um dia vc vai lembrar
Da pássara que era Peixa
Mas que não sabe nadar
Daquele X calabresa
E daquela vontade de amar
Um dia vc vai lembrar
Da falta de luz na casa
Das mãos dadas ao deitar
Um dia vc vai lembrar
Que eu sou layer
E acima de tudo Crop
Mas tenho medo de viajar
Um dia vc vai lembrar
Da abelha jogada no lixo
E das fotografias,
Do porco da fazenda
E das galinhas atrás de mim
Um dia vc vai lembrar
Da minha paredinha
E da colcha branca
Que o porta-malas é sempre pequeno
E que o isopor é pesado
Um dia vc vai lembrar
Do anel de cristinho
Do vôo de balão
Do quintal da sua casa
E da cama grande
Um dia vc vai lembrar
Da unha quebradinha
Dos vestidinhos, da chapinha
E de tudo que eu perdi
Um dia vc vai lembrar que eu amei, cuidei
E me importei sempre
Vai lembrar que sempre estive por perto
Mesmo estando longe

Juliana Fraguas
25/01/2010

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O gato



Quando vi paguei pra ver
Quando ouvi, miava manso
Quando vi arisco era
Quando eu não esperava, miou pra mim
Quando eu esperava, fugiu de mim
Quando percebi.. ele tinha fome
Quando fui alimentar, já estava adotado
Quando achei que estava bem, 
novamente estava abandonado
Quando eu quis adotar, ele fugiu...

Juliana Fraguas
Dez-2011

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