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sábado, 6 de dezembro de 2025

O dia D






Ele resolveu que seria naquele dia. Estava totalmente decidido.
Chegou com uma garrafa de Tequila, com pouca Tequila, o suficiente.
Ela tinha o limão e o sal, e aquilo não era uma coincidência.
Ele estava ali, lindo, decidido, cercando sua presa, chegando perto...
Avisou a família que iria dormir fora. Nessa hora ela teve certeza...
Até aí, nenhum beijo, só a vontade mútua, a certeza que iria acontecer e talvez por isso a falta de pressa.
Seus corpos começaram a queimar, seria a bebida? O desejo? Ou uma fusão dos dois?
Ela arrumou a cama e disse que iria lavar os pés, ele achou aquilo ótimo e disse: "Vamos lá, vou te ajudar"
Ela colocou um biquíni e foi para o banheiro "lavar os pés" deixou a porta encostada e enquanto lavava imaginava como seriam seus próximos minutos. Quando ela voltasse para aquela cama com os pézinhos limpos...
Mas ela não teve tempo para isso, quando viu ele já estava dentro do banheiro lavando seus pés. Aquele "Deus" ali parecendo um príncipe literalmente aos seus pés. Ele acabou, levantou-a com carinho e ali embaixo da água e totalmente molhados se beijaram pela primeira vez.


Texto escrito em 15/04/2013


10 anos de Quando ela foi Feliz






Ela faz naquele momento, o que ele mais odiava. Ela brinda com seu fantasma, como se fosse o santo da pinga. Já se alongou, já rezou, jogou, cumpriu toda a sua rotina. Apaga as luzes e de repente se lembra.

Já fazem 10 anos que "o cara" apareceu. Aquele que ela achou que não existia. O único que ela pensou, "com esse eu ficaria para sempre, e seria feliz". Aquele que ela perdeu por fraqueza, por ter sido sincera demais, por ter confiado num amor sensível, por não ter percebido os sinais. Enfim, perdeu. Sumiu na poeira da vida. 

Mas se ela não escrever, pode esquecer. Pode achar que foi um sonho. Por mais que tenha certeza, que não passou de uma brincadeira divina. Tipo, olha, existe, é assim que funciona, experimente! Mas não será para o seu bico. Vc não merece felicidade nesse quesito.

Mas o sonho persiste. A casa com janelas claras, perto do mar, onde ela está sozinha com seus animais e plantas. A campainha toca. 
Ela abre e ELE diz. "Acabaram-se todas as pedras do nosso caminho. Agora eu estou livre para poder te amar igual"
Ela não diz nada. Olha aqueles olhos bem no fundo. Abraça e beija seu homem. 
Aquele que foi, mas que voltou para ser dela para sempre.
Rosas de pano, não morrem jamais.

Ela levanta porque tem que escrever, abre mais uma cerveja, fuma e se ajeita para registrar mais um pouco de memória. Pra ver se, quem sabe um dia, ele encontre essas palavras perdidas pela internet.

Se lembre que ela existiu. Existe e espera pelo sonho. Não tem algo que um coração deseje muito, que o universo não conspire a favor.

Ela já amou tantas vezes, já foi tão amada, já viveu seu sonho de amor. Pena que durou tão pouco.

Mas ela não lamenta, sabe que ele acorda enquanto ela escreve e tenta dormir. Sabe que enquanto ela estiver sonhando ele estará trabalhando, na sua rotina de sempre. 

Da realidade ela já desistiu a muito tempo, mas do sonho, ela não precisa. Ela só precisa dormir.



Para minha irmã Tati


A primeira e mais forte lembrança que tenho de vc é a empregada chegando em casa, com vc nos braços banhada em sangue e dizendo que vc escapou da mão dela atravessou a rua correndo e bateu a cabeça na árvore. Vc só tinha 3 aninhos e eu achei que vc fosse morrer. Depois do banho vimos que era só um cortinho na sobrancelha, cicatriz que vc tem até hoje. 

Com certeza era uma criança bem corajosa. Desobediente e muito elétrica. Entrou na escola já alfabetizada por nós. Nas brincadeiras de "escolinha" Já gostava de teatro desde pequena, quando brincávamos com "aquela" caixa de fantasias. 

Gostava de subir em árvores, brincar com os moleques e as amiguinhas na rua. Sempre na rua. Era vc quem trazia os "piolhos para casa". Por isso usou bastante cabelo curto. E talvez por isso odiasse tanto tirar fotografias. Dizer que "era alegre" é bobagem porque até hoje sua alegria está aí. 

Acredito que tenha sido uma criança feliz. Como todos nós. era a mais "levada" e pagava caro por isso. Pisava em pregos enferrujados e tomava mordida de cachorro doido. Ficava de castigo e isso não adiantava nada. 

Ao meu ver vc só deixou de ser "moleca" quando a Veri nasceu. Aí vc se encantou com ela e passou de moleque para a mãe da bebezinha que tinha acabado de chegar. A boneca viva tirou vc das ruas e vc aprendeu a cuidar dela com a Geni, ou seja aprendeu a cuidar de crianças. O que faz de ti hoje essa mãe maravilhosa. 

Aos 11 anos já tinha beijado na boca. Eu tinha 14 e ainda não sabia o que era isso. Daí pra frente era a "gente" aguentar namorado atrás de namorado até vc encontrar o homem que te faz feliz até hoje. Como vc pediu só um texto sobre sua infância. Vou parar por aqui mas depois eu continuo para que esse "texto encomendado" se transforme num lindo post expontâneo para deixar registrado para o mundo o quanto eu te amo.

Texto escrito em 21/06/2024 - Foto de 02/11/2024


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O sonho



Já pensou se tivesse sido de verdade. Mas não. 

Ela criou tudo dentro da sua mente. 

Desde a hora que viu o nome no horário. Será? O sobrenome não é o mesmo. Mas parece que ali ela resolveu que seria. Mesmo assim. Não pensou mais nisso o resto do dia.


À noite, tentando dormir, ela começou a pensar, e se for? 

Será que ela conseguiria disfarçar que é uma fã oculta? 

Que observou sua intimidade e admirou? Achou lindo? Meigo, inteligente, sincero, criativo, sensível, honesto, incrível?

Será que conseguiria executar o plano de ser sua amiga, sócia? Esposa? Kkkkkkkk 

Então ela se lembrou que estava no bagaço. Tratou de se arrumar e ficar linda para vê-lo. 

Ela poderia ter conferido o telefone, mas, melhor não. Está tão bom achando que é... 

Não era...

Texto escrito em 5/08/2013



domingo, 14 de abril de 2013

A Barata e as Formigas


Ela estava ali, como no livro do Kafka (Metamorfose) de cabeça para baixo, cercada de formigas. Parecia morta, e as formigas, como sempre, estavam carregando o cadáver para o formigueiro.
Mas imaginem, as formigas são pequenas e ela não era das menores. Havia um exército delas para fazer esse trabalho.

Abrindo um parênteses eu, particularmente, acho as formigas muito cruéis. O mundo vai acabar em formigas, não em baratas. Formigas comem baratas. São organizadas, mega inteligentes enquanto as baratas, coitadas, são uns gigantes idiotas perto delas.

A coitada da barata, não faz nada. Só é feia e anda nos esgotos. Aí que nojo! Mas formigas, além de "picar" todo mundo, comem baratas e nós comemos formigas, porque elas invadem nossa vida de um jeito, que é impossível se livrar delas. Estão no nosso açúcar, no suco que ficou 5 minutos no seu criado mudo, no café, no bolo, na pizza ou em qualquer coisa comestível que essas minúsculas criaturas encontrarem. Sempre em bando. Covardes e, agora eu sei, assassinas cruéis. Portanto, lembrem-se, nós comemos baratas por tabela.

Sem falar nas plantas que elas também detonam. Aliás, pra que servem mesmo as formigas? Para carregar cadáveres de outros animais e alimentar suas amigas que vão dominar o mundo?

Voltando à cena da barata. Enquanto eu observava aquele trabalhão todo, vi a barata mexer uma patinha, pensei, estou vendo coisas. Olhei de novo e ela mexeu as duas patinhas, num gesto de "me salve pelo amor de Deus". Ela estava viva e sendo comida pelas formigas. Fiquei tentada em salva-la, mas ela já estava meio comida, não teria uma sobrevida muito longa. E afinal as formiguinhas queridas precisam de alimento para dominar o mundo.

Elas levam em torno de doze horas para desaparecer com a barata. Viva ou morta. Se uma formiga fosse do nosso tamanho, seria um monstro terrível capaz de carregar um telhado de uma casa, cada uma, imaginem aos montes. Formigueiros seriam maiores que as pirâmides (que vai saber se não foram construídas por elas, numa mutação da antigüidade onde morreram todas numa era glacial). Pois se tem uma coisa que elas não gostam é frio. Comprove isso colocando um doce cheio de formigas na geladeira. Sumirão todas, menos aquelas que ficaram grudadas, dependendo do doce. Que a gente acaba comendo assim mesmo.

A lenda da cigarra e da formiga tem fundamento, elas realmente caçam e colhem no calor e somem no frio. Não porque não tenha mais alimento. Mas por conforto puro, de ficar no formigueiro quentinho, cheio de comida. Fica tão bom lá que elas esquecem de nós, humanos produtores de alimentos para elas e das pobres baratas que devem fazer uma festa no inverno sem essas predadoras por perto.

Aceitem, vivemos sobre um formigueiro gigante, se elas resolvessem sair todas ao mesmo tempo estaríamos perdidos. 

Nossa sorte, passageira, é que elas ainda são relativamente pequenas. E minha sorte é que não vou viver para ver o mundo das formigas. Que planeta dos macacos que nada, será um planeta das formigas! 

E as baratas? Essas, pobres coitadas, vão continuar pagando o pato. Sendo odiadas, massacradas, esmagadas num baraticídio mundial, só porque são feias e andam pelos esgotos. Mas comer formiga, "faz bem para a vista", como dizia minha avó.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Cavalheiro Imaginário

O tempo passa rápido demais, tenho medo de esquecer...
Dele colocando o chinelo embaixo dos meus pés, enquanto eu tomava sol de bruços
De eu sentada no meio das suas pernas, na mureta da varanda, sob a lua, cantando
Da rosa de pano que não morre nunca, da "chegada triunfal" a qualquer lugar que fôssemos
Dos jogos de Ping Pong e baralho que a gente adorava
Do amor do "mesmo tamanho" , do quero entrar dentro de vc, do vc está aí?
Das festas, casamentos, churrascos, hotéis, shows, bares e todos os lugares onde éramos insuportáveis, insuperáveis!
De dançar em casa, antes do amor, de sair só para dançar
Da japonesa e da vizinha adolescente tarada
Da construção de uma prateleira em uma tarde
Do "deixa eu segurar com a outra mão, senão vc escapa"
Do barulho do molho de chaves quando ele subia as escadas
Da pontualidade e perspicácia admiráveis
Que transamos no primeiro dia e não nos desgrudamos mais
Daquele tique nervoso, Das idas ao dentista
Do remédio de meia em meia hora, a noite toda que ele me ajudou a dar
Das crises de asma, da natação, do hokey
Do meu e do seu quarto, dos nossos planos
Do prazer dele em lavar meus cabelos, dos banhos e banheiros
Do colo dos abraços, dos beijos
Do fato de que não podíamos ficar a menos de um metro, sem tocar um no outro
Das conversas sobre sexo sem pudor, era nosso assunto favorito
Dos elogios que me fazia, tudo era perfeito demais
Dava medo, mas estávamos entregues, amando e sendo amados
Nunca fui tão amada e nunca amei tanto
Nem antes, nem depois, nem nunca
Corpo, pele, beijo e pegada com aquele caráter, só ele
Para ele são todos os meus brindes, minha saudade eterna,
meus sonhos acordados, minhas homenagens..., minha insônia
Anos e anos já se passaram
Não teve dia que eu não lembrasse
Não tem dia que eu não lembre
Não tem noite que eu não te invoque
Meu "cavalheiro imaginário"


segunda-feira, 11 de junho de 2012

A anjo de Ana Cap. 3 A Estadia





Foram apenas 10 dias, mas eles aproveitaram cada momento, transaram muito, riram muito. Ana o ensinou a jogar baralho, ele ficou "meio" viciado, não gostava de perder para ela...


Voltaram da praia, ele foi conhecer a loja dela e quem diria... 
O cara organizou todo o cash flow dela, criou planilhas, ela nem acreditava que aquele anjo, além de todo carinho, sexo e beleza, se interessou pela vida dela, queria ajudar. 
Isso porque ele estava aqui a passeio...


Foram num Motel, ele nunca tinha ido num lugar exclusivo para transar, disse que no país dele não existia isso. Entrou de meias na hidromassagem, ficou fuçando nos botões e ligou a água encharcando suas meias. Tudo era divertido, tudo era leve, tudo era perfeito.


Os 2 sabiam que aquilo era um romance passageiro, ele estava estabilizado em seu país e ela acabara de abrir um negócio, nenhum dos 2 poderia deixar seu lugar para ficar com o outro. 


Mas naqueles dias eles nem pensavam nisso. Era tanta felicidade, tanto carinho e porque não dizer amor. Era amor. Eles estavam se amando, não importava por quanto tempo.


A vida deles nesses dias era um ficar grudado no outro. Dormiam juntos, trabalhavam juntos, transavam todos os dias, jogavam baralho, conversavam e riam muito. Não pensavam na partida, na despedida, não pensavam em nada!


Mas o dia de ele ir embora chegou... ela foi deixa-lo no aeroporto e sem dramas, sem lágrimas, só com um abraço até o pé. Ele se foi.


Ana tentou chorar durante o caminho de volta, tentou sofrer naquele momento mas não conseguiu. Estava feliz, com a alma lavada, havia conhecido uma pessoa master especial, enviada só para ela, na hora mais que certa.


Voltou cantando para casa, como nos últimos 10 dias, 
Ana esqueceu que desta vez, neste dia, ele não estaria mais lá.





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