Para Elisa

Tem gente que surpreende a gente, e para mim essas pessoas são muito especiais... a mais de 5 anos atrás, num momento muito triste meu, minha prima, que nem é minha prima é casada com meu primo querido, mas faço questão de chama-la de prima pois acredito nas famílias espirituais e ela certamente está na minha. Uma mulher linda que eu sempre achei meio tímida, nessa época eu nem a conhecia direito, nunca tinha sentado para conversar com ela, moramos em cidades diferentes, praticamente só nos víamos no Natal. Aí assim do nada, quando ela soube que eu estava triste me escreveu um depoimento no Orkut, uma poesia... pra mim! Nunca ninguém havia me escrito uma poesia... Foi quando conheci essa mulher que além de linda e um pouco tímida, era absolutamente sensível, escreve, fotografa, trabalha, cuida da casa, do Gui, dos filhos e ainda se lembra e se preocupa com os outros... Hoje não sei porque pensei muito nela, entrei no meu Orkut li de novo a poesia que ela me escreveu, chorei de novo... e resolvi publicar esse nosso encontro. Mais gente precisa saber que às vezes somos amados sem saber, nem todos conseguem mostrar o que sentem, mas minha prima Elisa, conseguiu, em poucas palavras me mostrar que todas as nossas atitudes são observadas, sempre tem alguém olhando pra gente, e quem sabe vcs também terão a sorte de que esse olhar seja para ver o que há de melhor em todos nós... Talvez ela ainda não saiba, mas estou aqui também... te olhando... atenta... e algo me diz que estamos precisando nos falar... vou ver isso... por enquanto fica sua poesia aqui, registrada no meu coração para sempre...

Essa alegria no coração
Que não se aquieta, bate asas, voa livre...
Ergue-se numa profunda emoção
Espalha-se pela cidade, vence o vento num drible.

A alegria de Juliana nos transforma
A proprietária a deixa partir, pois é ave peregrina.
Conhece mundos e a fonte retorna
Pois pertence a ela, essa ave que tem sina.

Essa tal alegria conhece o mundo pelo vento
Que sopra uma risada que encanta
Que partiu e chegou ao pensamento
Dos que admiram Juliana.

O sorriso de Juliana quer ser repartido
Então sabe ela que ele não pode ser guardado.
Pois ele é dom concedido
Que repartido sempre é aumentado.

Por isso sempre que a exilada tristeza aparece
Os lábios da bela morena lembram do sorriso de outrora.
Ele não quer ficar guardado, não quer descansar
Quer voltar para a fonte e ser espalhado pelo vento na aurora

Elisa Tonin Fraguas