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quarta-feira, 18 de abril de 2012

O Anjo de Ana - Capítulo 1 - As Cartas


Ana sempre foi intensa em suas emoções, quando está feliz transborda de felicidade e quando está triste, desce até o mais escuro fundo de poço e lá fica até que tenha forças para subir e deixar o que a entristeceu enterrado lá.

Estava Ana num desses momentos de tristeza profunda, seu "suposto namorado" o atual amor de sua vida, casara-se com outra, sem avisa-la, sem dar a ela, chance de se preparar para o pior. Aquele susto deixou-a inconsolável... furiosa. Sem querer ver ou ouvir qualquer tipo de explicação. Fechou seu coração e sofreu. Chorou por um ano a perda desse amor. Enfiou a cabeça no trabalho e esqueceu que tinha sentimentos. Ela não queria se relacionar com mais ninguém, enquanto aquela dor não passasse.

Um belo dia, numa sala de bate papo, ela conheceu um estrangeiro, trocaram e-mails e começaram a se conhecer por "cartas" naquela época não existia nem MSN.

As cartas eram cheias de perguntas, de palavras bonitas, ela começou a se interessar pela inteligência dele, pela delicadeza, pelo interesse que ele demonstrava por ela. E não eram cartas normais... eram cartas de amor! Afinal tão machucada como estava, aquele flerte além mar, fazia com que ela não pensasse tanto no cara que a tinha abandonado.

Eram muitas!, quase todo dia se escreviam, finalmente resolveram trocar fotos. Quando ela recebeu a foto dele, não acreditou no que viu, o cara era lindo demais para ser verdade. Brincou com ele dizendo que foto recortada de revista não valia. Ele então fez um vídeo K7 dele mesmo e enviou para ela. Quando o vídeo chegou e ela foi ver... estava em branco. Depois de muitas risadas eles chegaram a conclusão de que a fita foi desmagnetizada no aeroporto. 

Aquelas cartas estavam salvando Ana da tristeza. Ela sabia que talvez nunca viesse a conhece-lo, mas não importava, ela estava tão desacreditada da vida que apenas aquele bálsamo, aquelas cartas maravilhosas, vindo de tão longe já bastava.

Então... de repente, as cartas dele pararam de chegar, sem despedida, sem explicação. Imediatamente Ana pensou, acabou, ele arrumou alguém lá, que pena... aquilo estava fazendo tão bem pra ela... mas era previsível. Era um sonho e Ana não sofreu com isso. Entendeu e voltou para sua vidinha insípida. Mas "aquela dor", que a acompanhava a mais de 1 ano, havia diminuído, ainda estava lá, mas não machucava tanto.

Foram 4 meses de silêncio total, nada, nem uma notícia. Ana ainda olhava sua caixa postal com esperança que as cartas voltassem. Mas elas não voltaram.



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