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domingo, 29 de abril de 2012

O Anjo de Ana - Capítulo 2 - O Encontro


Ana já havia desistido das cartas maravilhosas, o final do ano se aproximava e ela marcou uma viagem para praia com amigos, algo bem simples, só para dar uma descansada.

Perto do Natal ela recebeu um telefonema inesperado, seu anjo viria ao Brasil para passar o Ano Novo. 
Ela teve 2 pensamentos. Estou salva ou estou frita. Ela só tinha visto uma foto dele, que poderia não ser verdadeira.

Na pousada para onde ela iria não havia mais quartos. Ela teria que procurar um outro lugar para ele ou para eles, caso ele fosse mesmo tudo aquilo que ela imaginava. Quase todas as pousadas do lugar estavam lotadas. Encontrou uma relativamente longe da que ficaria. Mas parecia ser legalzinha.

Combinou com seus amigos que se ele fosse feio, ou chato, ficaria sózinho na nova pousada, caso contrário, ela ficaria com ele e teria um reveillon inesquecível. Ou não. Tudo era inseguro e duvidoso. Mas ela não tinha escapatória. Ele viria e isso era um fato.

Dois dias antes deles irem viajar ele chegou. Foi direto do aeroporto para o trabalho dela. Ela tremeu quando suas funcionárias disseram que ele havia chegado. Ana desceu as escadas com o coração na mão. Não existia o mais ou menos. Ou era tudo ou era nada.
E para sua surpresa boa... ele era tudo! Um homem lindo, com a pele bem clara, cabelos longos e um sorriso encantador. Ela estava salva.

Ele dormiu a primeira noite no apartamento dela, em outro quarto, viajariam no dia seguinte e ela já estava resolvida a ficar com ele na nova pousada, mesmo que não acontecesse nada. Ela queria conhecer melhor aquele homem, que escrevia aquelas cartas maravilhosas e parecia um anjo enviado por Deus.
Resolveram ir em 2 carros para que ficasse mais fácil a locomoção entre as pousadas. Ele foi guiando o carro dela e já na estrada começaram os vexames brasileiros.

Pegaram um transito infernal, saíram de manhã e chegaram no final da tarde do último dia do ano. Lá descobriram que a tal nova pousada era bem mais longe da outra. Onde seus amigos ficariam. Em compensação era muito mais charmosa e aconchegante. O quarto deles tinha 2 andares com uma cama de solteiro em baixo e outra de casal em cima. Tudo tranquilo, caso ele não tivesse gostado dela eles poderiam ficar numa boa um em cada andar, como amigos. Mas no fundo os 2 sabiam que iriam ficar juntos. Só não imaginavam como isso iria ser. Nem se seria bom ou ruim. Até aí ele só tinha pegado na mão dela respeitosamente... Além de tudo ele era um cavalheiro e parecia não querer forçar nenhuma situação constrangedora.

Já era noite, virada do ano, eles tinham que voltar para a pousada dos amigos dela para a "festa" . Se vestiram de branco, se arrumaram e foram, mais trânsito, muito transito... Aquela molecada já bêbada perambulando entre os carros, Ana sentiu uma certa vergonha, afinal o cara veio de outro país, para ver um reveillon  "mequetré" numa praia lotada, numa pousada super simples... Mas a conversa com ele era ótima e no fundo ela estava até gostando daquela demora em chegar na "festa"

A festa eram 5 brasileiros "doidos", com uma ceia improvisada, no quarto de 1 pousada com 1 televisão pequena, ligada no show da virada. Só tinha 2 garrafas de champagne barata, cerveja. As meninas dançando e cantando com a televisão, aguardando o "quase" meia noite que passariam na praia, em frente a pousada. Nessa ocasião ele disse uma frase que Ana nunca se esqueceu "como vcs se divertem com pouco!" Aí deu até um certo orgulho de ser brasileira. Pois quem se diverte com pouco, se diverte mais e consequentemente é mais feliz.

Apesar de toda aquela simplicidade, ele parecia estar se divertindo, e Ana estava mais feliz do que nunca. Enquanto dançava e cantava, imaginava o momento do beijo, do abraço e de como seria aquela noite. Ela já não tinha dúvidas, eles iriam se amar naquela noite. A Energia deles já deixava isso claro.

Perto da meia noite foram para a praia, lotada evidentemente, aquele monte de macumbas espalhadas pela areia, até que chegaram perto do mar e ali esperaram até o ano virar... Quando começaram os rojões, as cantorias e os gritos eles se abraçaram e se beijaram pela primeira vez. 

Para Ana o tempo parou, ela não ouvia mais os rojões, seus olhos não viam a festa, estavam fechados dentro daquele beijo mágico. Ela só acordou quando os amigos vieram festejar com eles. Todos se abraçaram, pularam as 7 ondas e voltaram para a ceia improvisada.

No caminho de volta para a "pousada deles" o clima já era outro. O gelo havia se quebrado naquele beijo, eles já estavam fatalmente atraídos e só falavam e pensavam no sexo que iriam fazer. Queriam chegar rápido para não perder nem um minutinho daquele encantamento. 

Chegaram e se amaram e para Ana, até ali, aquela foi a melhor noite de amor da sua vida. Ele não era só lindo, educado, inteligente e cavalheiro ele também era uma delícia! Exaustos e felizes dormiram juntos na cama de casal do mezanino. 



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